Cartaz da greve dos anestesistas do Amadora-Sintra

Após cinco dias de uma greve que os médicos anestesiologistas e os sindicatos não queriam, o SIM e SMZS salientam:

  1. O forte espírito de união e coesão entre todos os médicos que integram o serviço de anestesiologia do Hospital Fernando Fonseca (HFF), com uma adesão de 100% durante toda a semana de greve;
  1. A certeza de que, pelo menos durante uma semana, se garantiu aos utentes do HFF um apoio do Serviço do Anestesiologia a toda a atividade desenvolvida em urgência, de acordo com as normas de segurança clínica, e necessárias para doentes e profissionais de saúde;
  1. A enorme preocupação do serviço clínico de Anestesiologia em volta de uma causa comum que, para além da acessibilidade aos cuidados de saúde, se preocupa com a qualidade e segurança desses mesmos cuidados, exigindo aumento do número de anestesiologistas;
  1. A quase completa ausência de soluções por parte do Governo e do Conselho de Administração (CA) do hospital. Em três semanas (duas de aviso prévio e uma de greve), não foi apresentado um plano para o pós-greve que garanta o número de anestesiologistas preconizados pela Ordem dos Médicos;
  1. O único sinal positivo foi a abertura de três vagas num concurso, ainda sem data de conclusão, e sem quaisquer garantias de preenchimento;
  1. Esta greve teve como objetivo garantir condições de trabalho dignas, e não para reivindicar aumento de salários, ainda que os mesmos sejam muito mais baixos do que os praticados na privada nas PPP ou nas empresas de prestação de serviços;
  1. Os médicos do serviço de anestesiologia do HFF expressaram, por todas as formas legais ao seu alcance, a enorme preocupação e inconformismo por serem obrigados a trabalhar em condições que, de forma alguma, garantem a adequada segurança e rápida resposta que um trabalho em Serviço de Urgência (SU) exige;

Preocupações no imediato:

  1. No turno imediatamente a seguir ao término desta greve voltamos a ter equipas altamente deficitárias, às quais se exige que dois médicos façam o trabalho de quatro – o CA tem o dever e a responsabilidade de assumir o encerramento do Serviço de Urgência;
  1. O CA coloca em risco os utentes do hospital que carecem do apoio da anestesiologia no âmbito da urgência (cirurgia geral, otorrinolaringologia, urologia, ginecologia, cirurgia plástica, ortopedia, oftalmologia, gastro, cardiologia, pneumologia, TAC, psiquiatria, obstétrica, para além do serviço de urgência geral);
  1. Se nada mudar, o HFF continuará a perder profissionais altamente qualificados;
  1. Em causa está também a capacidade formativa deste serviço para jovens médicos anestesiologistas, naquele que já foi o Serviço de Anestesiologia mais procurado para formação na região sul do país.

O que fazer?

  1. Os médicos vão continuar a contestar o trabalho em Serviço de Urgência nestas condições, usando o limite de horas extraordinárias legalmente estabelecido, e que mais de 95% do serviço já cumpriu, apelando a intervenção da Ordem dos Médicos (OM) na defesa dos doentes e dos profissionais, e continuando a fazer chegar à Direção Clínica e ao CA as minutas de desresponsabilização clínica;
  1. Os médicos vão apelar à OM para que seja avaliada a possibilidade de procedimentos disciplinares a quem persista, de forma negligente, a impor escalas em que o número mínimo de trabalhadores médicos não seja;
  1. Apelar aos Presidentes das Câmaras da Amadora e de Sintra e aos utentes do HFF, nomeadamente através da Associação de Amigos e Utentes do Hospital Amadora-Sintra, para fazerem a sua parte na exigência de serviços de saúde seguros e de qualidade para todos os cidadãos;
  1. Exigir uma reunião com o CA para obter respostas, face à sua atitude de inércia enquanto perde mais de 20% dos seus profissionais em menos de um ano;
  1. Marcar uma reunião com todos os médicos Anestesiologistas para se debater as formas de luta a desenvolver no futuro.

A saúde e segurança clínica dos nossos doentes e a ética profissional assim o exigem.

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e o Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS) informam que os médicos do Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) terminarão a greve no Serviço de Anestesiologia às 20:00 horas de amanhã, dia 24 de maio de 2019.

Tal como nos dois dias anteriores, a totalidade dos médicos do serviço de anestesia, excetuando a diretora de serviço, aderiram à greve, com o encerramento dos blocos operatórios.

Dada incapacidade do Conselho de Administração (CA), e do Governo que o nomeou em encontrar soluções para as graves carências de recursos médicos, os médicos anunciam que irão recusar fazer mais do que as 150 horas extraordinárias que a lei os obriga - os médicos não querem fazer horas extraordinárias, mas sim uma solução para o problema.

Os sindicatos reforçam o apelo para que o Governo se empenhe efetivamente e de imediato em encontrar soluções, na figura do CA do Hospital Amadora-Sintra, e não perca tempo a tapar o sol com a peneira fingindo que nada se passa.

A falta de médicos anestesiologistas mantém-se nas 24 horas seguintes ao término da greve, havendo apenas 2 médicos especialistas escalados para prestar Serviço de Urgência - este facto já foi comunicado ao CA com mais de 72h de antecedência, que terá de resolver este grave problema; os médicos sairão a hora do final do seu tempo de trabalho.
O CA terá de assumir a sua responsabilidade em encerrar o Serviço de Urgência.

Se não o fizer estará a pôr em perigo a segurança da população e a expor os seus médicos a uma pressão e atitudes potencialmente causadoras de erro.

Aos habitantes dos concelhos de Amadora e de Sintra pedimos compreensão quanto aos incómodos causados, mas esta luta é para garantir a segurança dos doentes na urgência e para exigir a contratação de mais médicos, melhorando a qualidade dos cuidados de saúde prestados e diminuir as listas de espera das especialidades cirúrgicas.

As cerca de 300 cirurgias não efetuadas e os mais de 200 procedimentos que necessitam de médicos anestesiologistas são da inteira responsabilidade do CA e de um governo insensível e autista.

Amanhã dia 24 de maio, às 11h00, faremos o balanço final da greve à porta do Hospital, em conferência de imprensa.

Lisboa, 23 de maio de 2019

O Presidente do SMZS
O Secretário-Geral do SIM

Cartaz da greve dos anestesistas do Amadora-Sintra

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e o Sindicato dos Médicos da Zona SUL (SMZS) recordam à população do Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) que está a decorrer um período de greve no Serviço de Anestesiologia até às 20:00 horas de sexta-feira do dia 24 de maio de 2019.

Tal como nos 2 dias anteriores, a totalidade dos médicos do serviço de anestesia, exceptuando a diretora de serviço, aderiram à greve, com o encerramento dos blocos operatórios.

Saudamos a coragem e determinação dos médicos anestesiologistas que não se deixaram condicionar na defesa de um SNS de qualidade.

Mantém-se a incapacidade do Conselho de Administração (CA), e do Governo que o nomeou em encontrar soluções para as graves carências de recursos médicos.

Os sindicatos reforçam o apelo para que o Governo se empenhe efetivamente e de imediato em encontrar soluções, na figura do CA do Hospital Amadora-Sintra, e não perca tempo a tapar o sol com a peneira fingindo que nada se passa.

Nas 24h seguintes ao término da greve encontram-se escalados apenas 2 médicos especialistas, sendo que nas primeiras 12h se encontram escalados 1 especialista + 1 Interno do 5º ano equiparado a especialista. Até ao final do mês de maio haverá mais turnos de urgência com equipas constituídas por apenas 2 elementos.

Os sindicatos médicos reafirmam a exigência em equipas de Serviço de Urgência (SU) com, pelo menos, o mesmo número de elementos que foram escalados durante a greve

Se persistir o CA terá de assumir a sua responsabilidade e nesse período encerrar a urgência.

Se não o fizer estará a por em perigo a segurança da população e a expor os seus médicos a uma pressão e atitudes potencialmente causadoras de erro e eventuais penalizações em tribunal apesar das minutas de desresponsabilização por insuficiência de meios apresentadas pelos médicos.

Se esta situação se perpetuar haverá mais saídas de médicos anestesistas e menor atracção para novos.

Aos habitantes dos concelhos de Amadora e de Sintra pedimos compreensão quanto aos incómodos causados, mas esta luta é para garantir a segurança dos doentes na urgência, e para exigir a contratação de mais médicos, melhorando a qualidade dos cuidados de saúde prestados e diminuir as listas de espera das especialidades cirúrgicas.

Aos médicos e demais colaboradores do Hospital agradecemos as centenas de manifestações de apoio à atitude dos colegas anestesiologistas que mostram a vontade para melhorar as condições de trabalho de todos.

As cerca de 300 cirurgias não efectuadas e os mais de 200 procedimentos que necessitam de médicos anestesistas são da inteira responsabilidade do CA e de um governo insensível e autista.

O SIM e O SMZS nunca desejaram esta greve e tudo fizeram para a evitar.

 

Na próxima sexta-feira dia 24 de maio, às 11h30, faremos o balanço final da greve à porta do Hospital, em conferência de imprensa.

Recordamos as razões que motivaram 5 dias de greve dos médicos anestesiologistas:

  1. Dotação da equipa de urgência com 4 elementos, todos especialistas, de molde a garantir que a atividade médica tenha lugar com a necessária segurança clínica, nas áreas de Bloco Operatório, Bloco de Partos, Unidade de Cuidados Pós-Anestésicos, Reanimação Intra-Hospitalar e atividade fora do Bloco Operatório, nomeadamente Unidade de Técnicas de Gastroenterologia, Unidade de Técnicas de Pneumologia, Salas de TAC e RMN e Laboratório de Hemodinâmica;
  1. Contratação de mais especialistas, de forma a cumprir escrupulosamente as recomendações da Ordem dos Médicos e do Colégio da Especialidade de Anestesiologia quanto aos números mínimos indispensáveis para assegurar a atuação médica referida no ponto anterior;
  2. Elaboração de um plano de resposta nas situações em que ocorra uma procura interna e ou externa não acomodável dentro da disponibilidade da equipa de urgência constituída nos moldes a que alude o ponto 1;
  • sendo de máxima importância que este plano obtenha o prévio parecer favorável do serviço de Anestesiologia, que
  • acautele, entre outras situações, o encerramento da urgência externa (geral e obstétrica) e a organização de uma equipa/escala de reanimação intra-hospitalar, de forma a não existirem sobreposição dos postos de trabalho referidos no ponto 1,
  • preveja que é da responsabilidade da Direção Clínica do hospital divulgar e alertar os demais serviços hospitalares envolvidos e as entidades externas responsáveis da existência de importantes restrições na capacidade de acolhimento e de assistência por parte das equipas de Anestesiologia, e que
  • expresse inequivocamente tratar-se de uma determinação formal da Direção Clínica e ou da Administração hospitalar, motivada pela presença de condições excecionais, as quais obrigam os trabalhadores médicos da área de exercício profissional da Anestesiologia a trabalhar sem efetivas garantias de segurança para os próprios profissionais e para os seus doentes;
  1. Elaboração de escalas que não contemplem a presença de médicos a frequentar o Internato Médico, havidos como equiparados a especialista, para efeito da composição da equipa de urgência, referida no ponto 1;
  1. Formulação dos horários de trabalho com carácter de estabilidade e equidade, precedidos da auscultação de cada interessado por parte Direção de Serviço e depois aprovados pela Direção Clínica.

O SIM e o SMZS reafirmam o apelo para que o CA e o Governo desenvolvam medidas que ultrapassem estes problemas.

Lisboa, 22 de maio de 2019

Cartaz da greve dos anestesistas do Amadora-Sintra

A greve dos médicos anestesiologistas do Hospital Prof. Dr. Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra) continua com uma adesão de 100% desde o seu início, no dia 20 de Maio.

A greve tem como um dos objectivos a contratação de mais médicos anestesiologistas, de forma a garantir a permanência mínima na escala de banco de quatro médicos anestesiologistas durante o dia e três durante a noite, assegurando assim a segurança clínica dos utentes.

O desrespeito pelos números mínimos de médicos para assegurar a escala de banco trata-se de uma situação inaceitável e que deve ser resolvida rapidamente. Contudo, apesar da urgência e gravidade da situação, no concurso actualmente a decorrer, apenas abriram três vagas para o serviço de anestesiologia do hospital, quando são necessários mais nove médicos da especialidade.

Entre as reivindicações dos médicos, contam-se também a exigência da elaboração de um plano de resposta em situações de maior procura nas urgências do hospital, a elaboração de escalas que não dependam excessivamente de médicos internos e a formulação de horários de trabalho justos, estáveis e igualitários.

Importa salientar que os serviços mínimos desta greve têm a particularidade de garantir a permanência no serviço de mais médicos anestesiologistas do que em condições normais, o que ilustra bem os problemas que têm afectado este hospital.

A greve, convocada pelo Sindicato dos Médicos da Zona Sul e pelo Sindicato Independente dos Médicos, vai prolongar-se até às 20h do dia 24 de Maio.

© Sindicato dos Médicos da Zona Sul