hospital de santarem

O SMZS – Sindicato dos Médicos da Zona Sul (FNAM) denuncia a atitude de continuado desinvestimento deste governo no SNS com vista a alimentar interesses privados.

Exemplo e resultado da política desastrosa deste Ministro da Saúde é o caso da situação atual do Hospital de Santarém, traduzido no respectivo desmantelamento para abrir lugar à criação de mais um hospital privado na região.

O SMZS opõe-se à grave destruição deste hospital público, único na região, que serve uma população de aproximadamente 192.000 habitantes.

centro de saude

Chegou ao conhecimento do Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS) que o Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Almada-Seixal procura reorganizar o Serviço de Atendimento Complementar (AC), que até aqui funcionava em regime de outsourcing, passando a ser prestado pelos médicos afectos às unidades funcionais do ACES.

Pretende a direcção do ACES que os médicos vejam reduzidas o número de horas semanais dedicadas ao compromisso assistencial para com as respectivas listas de utentes, comprometendo deste modo a normal prestação de cuidados de saúde aos seus utentes e famílias.

Situação tanto mais grave quando é objectivo desta direcção que as horas realizadas no âmbito do AC não sejam remuneradas como horas suplementares, o que se constitui de um inaceitável atropelo ao quadro legal em vigor, conforme parecer jurídico (disponível em https://smzs.pt/images/2018/08/SM_2018_30_08_25_1.pdf ).

Outro atropelo intolerável é a tentativa de inclusão dos médicos com 55 ou mais anos nas escalas de AC violando, inclusivamente, orientações emanadas da própria Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).

O SMZS manifesta estupefação perante o descrito, relembrando que entra em profunda contradição com algumas das conclusões da Missão de Reforma de Cuidados de Saúde Primários de 2007, liderada pelo Dr. Luís Pisco, actual presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), onde se encontra integrado o ACES Almada-Seixal.

«Estes serviços [SAP, SASU, CATUS, SADU] foram progressivamente retirando profissionais das suas actividades regulares, prejudicando o normal funcionamento das unidades de saúde. Contribuíram para a redução da actividade normal, programada e personalizada, agravada, em muitas situações, pelo inerente direito a folgas compensatórias».1

O SMZS reafirma aos médicos da Medicina Geral e Familiar  (MGF) a sua total oposição a esta medida, manifestando-se totalmente disponível para apoiar todas as formas de luta que sejam necessárias.

A Direcção do SMZS

Lisboa, 6 de Setembro de 2018

 

  1. Missão para os Cuidados de Saúde Primários. Consulta aberta: consulta de agudos, não programada versus consulta aberta no hospital e centro de saúde (Internet). Lisboa: Administração Central do Sistema de Saúde; 2007.
    Disponível em: http://www.acss.min-saude.pt/Portals/0/Consulta_Aberta_MCSP_20071213.pdf
Hospital de Cascais

O Governo anunciou na passada quinta-feira, embora já tivesse feito a respectiva publicação em DR de 16/8/2017 ( Despacho n.º 7941-A/2018), a realização de novo concurso para a gestão, na base de uma PPP, no Hospital de Cascais.

A decisão tomada e publicada nesse diploma assenta nos seguintes pressupostos:

a) a decisão de não renovação do Contrato de Gestão relativamente à Entidade Gestora do Estabelecimento pelo prazo sucessivo de 10 anos, acompanhada da comunicação do lançamento de procedimento concursal tendente à celebração de nova parceria para a vertente clínica do Hospital de Cascais; e b) a decisão de renovação do Contrato com a Entidade Gestora do Estabelecimento do Hospital de Cascais, caso o Contrato de Gestão resultante do novo procedimento concursal de lançamento de nova parceria para a vertente clínica do Hospital de Cascais não se encontre a produzir efeitos até 31 de dezembro de 2018, data de extinção, por caducidade, do atual Contrato de Gestão com a Entidade Gestora do Estabelecimento, e apenas durante o tempo necessário para que o novo Contrato de Gestão produza efeitos, e, em qualquer caso, por um período não superior a 24 (vinte e quatro) meses, sujeita a expressão de aceitação por parte da Entidade Gestora do Estabelecimento.

Apesar de considerarmos positivo que o presente contrato deixe de ser renovado pelo prazo sucessivo de 10 anos, entendemos que não existe qualquer evidência de desempenho assistencial acrescido nos planos qualitativos e quantitativos ou de maior racionalidade gestionária que justifique um novo concurso PPP para o Hospital de Cascais.

O Ministro da Saúde admitiu que o novo concurso deverá ser mais exigente e responder às necessidades das populações, nomeadamente nas áreas da saúde mental, oncológica e VIH/Sida. Recorde-se que o Hospital de Cascais não possui valências de Oncologia e Infecciologia, sendo esta última assegurada ao abrigo de um protocolo celebrado a posteriori.

O Ministro da Saúde, Dr. Adalberto Campos Fernandes, admitiu que se os futuros concorrentes não respeitarem o novo caderno de encargos, o Governo está preparado para avançar com o processo de reversão desta unidade hospitalar para o Serviço Nacional de Saúde. 

Não tendo sido observada qualquer vantagem deste modelo em termos da qualidade e acessibilidade aos cuidados de saúde, e no respeito pelo seu programa de ação, o Sindicato dos Médicos da Zona Sul lamenta a renovação, na prática, desta parceria público-privada.

Assim, apelamos a que seja adotada a medida de reinserção plena desta unidade hospitalar no SNS e na gestão pública.

Os dinheiros públicos não podem continuar a financiar entidades privadas!

 

A Direcção do SMZS
Lisboa, 26 de Agosto de 2018

Hospital Amadora-Sintra

O Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS) vem manifestar a sua solidariedade com os médicos chefes de equipa de obstetrícia demissionários do Hospital Prof. Fernando da Fonseca, EPE (Amadora-Sintra).

O SMZS já tinha exigido, no dia 1 de Agosto, a rápida resolução da recomposição das equipas de obstetrícia do Hospital Fernando da Fonseca, de forma a cumprir as normas do colégio da Ordem dos Médicos e para garantir os cuidados da população abrangida pelo hospital.

Mais uma vez, a responsabilidade por esta situação recai sobre o Ministério da Saúde, a par do Conselho de Administração do Hospital, que continua a demonstrar a sua incompetência na gestão dos recursos humanos do Serviço Nacional de Saúde.

A Direcção do SMZS

Lisboa, 18 de Agosto de 2018

© Sindicato dos Médicos da Zona Sul