Dossier

É num contexto de inaceitável atraso nas negociações entre o Ministério da Saúde e os sindicatos que a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) reúne o seu Conselho Nacional, no sábado, 24 de setembro, no Porto, para decidir a suas próximas ações. Entretanto, os sindicatos médicos enviaram um ofício para o Ministro da Saúde, pedindo o agendamento de nova reunião negocial.

Numa longa reunião, a 27 de julho, o Ministério da Saúde acordou com os sindicatos iniciar um processo negocial que inclui uma nova grelha salarial para os médicos, a renegociação do acordo coletivo de trabalho, a implementação de um novo regime de trabalho e a valorização efetiva do trabalho em serviço de urgência. Este protocolo negocial foi assinado, por todas as partes, no passado mês de agosto.

Os acontecimentos desde último mês, com a mudança de toda a equipa ministerial, a aprovação do Estatuto do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e o anúncio de uma direção executiva para o SNS, foram acompanhados por um total silêncio relativamente às negociações com os médicos.

Para a FNAM, o compromisso negocial já assumido não pode ser interrompido ou adiado. Os médicos, desgastados por condições de trabalho cada vez mais duras e pela falta de perspetivas de progressão na carreira, não podem esperar mais. Os doentes, que necessitam de um SNS devidamente capacitado de recursos humanos médicos, menos ainda.

O Conselho Nacional da FNAM, reunido no próximo dia 24 de setembro, analisará a situação atual e adotará as medidas que considere apropriadas para defender o interesse dos médicos e dos seus doentes.

Logótipo da Conferência Hispano-Portuguesa de Sindicatos Médicos

O Sindicato Médico da Extremadura (SIMEX) recebe, nos dias 3 e 4 de outubro, em Badajoz, a 1.ª Conferência Hispano-Portuguesa de Sindicatos Médicos, que reunirá representantes da Federação Nacional dos Médicos (FNAM) e da Confederación Estatal de Sindicatos Médicos (CESM), com o lema «Trabalhando no presente, forjando o futuro», para debater e trocar ideias com o objetivo de antecipar, através da transferência de conhecimento, soluções para diferentes problemas que a profissão médica tem atualmente.

Comitiva portuguesa na Assembleia Geral da FEMS

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM), o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e a Ordem dos Médicos (OM) estiveram presentes na Assembleia Geral da Federação Europeia de Médicos Assalariados (FEMS), entre 16 e 17 de setembro, em Chipre, onde foram discutidos os resultados do inquérito europeu sobre os salários auferidos pelos médicos, com inclusão do trabalho extraordinário, e ajustado a cada PIB; apresentadas as atualizações da Aliança Europeia de Saúde Pública (EPHA) e comentado o projeto dos «enfermeiros da comunidade» implementado na Áustria.

O programa e estratégia da FEMS foram definidos para 2022-2026. Por fim, foram apresentados os resumos semestrais do estado da Saúde e das condições laborais dos médicos, em cada país. Conheça o resumo português, em que a FNAM, SIM e OM defendem políticas de saúde e medidas estruturais no Serviço Nacional de Saúde, que incluam a valorização salarial e melhoria das condições de trabalho dos médicos.

Caderno e caneta

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) cumprimenta o novo Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, e espera que a mudança do responsável pela pasta da tutela não interrompa nem atrase as negociações iniciadas com os sindicatos médicos em julho.

Independentemente de quem ocupa a pasta da tutela, a FNAM vê com preocupação as declarações do Primeiro-Ministro, António Costa, sobre a manutenção da mesma política para o sector da Saúde.

Pelo contrário, é necessária uma efetiva mudança de políticas, implementando medidas estruturais para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), em diálogo com os médicos e profissionais de saúde.

Reforçando a posição tomada após a notícia da demissão da anterior Ministra da Saúde, Marta Temido, a FNAM não aceita que se adiem, mais uma vez, as soluções para o SNS e para a melhoria das condições de trabalho dos médicos. A saúde dos cidadãos em Portugal não pode continuar à espera.

© Sindicato dos Médicos da Zona Sul