Médicos de braços cruzados

No âmbito das negociações com o Ministério da Saúde, a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) apresentou a proposta de um aumento da grelha salarial de 47%, além de uma série de medidas urgentes para dignificar a carreira médica, para melhorar as condições de trabalho dos médicos e ultrapassar os problemas que têm afetado o Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Entre estas medidas, a FNAM propõe um regime de dedicação exclusiva muito diferente do regime de dedicação plena proposto pelo Governo, no Estatuto do SNS, com uma efetiva valorização remuneratória, paga em forma de suplemento, contabilizado para efeitos de benefícios sociais e de reforma.

De forma a valorizar os médicos desde o primeiro momento em que começam a exercer, a FNAM propõe que o Internato Médico seja considerado como o 1.º grau da carreira médica.

Nos hospitais, os médicos têm de ver o limite do trabalho em Serviço de Urgência reduzido para as 12 horas, em vez das atuais 18, de forma a ser assegurado o devido descanso e os melhores cuidados aos doentes. Nos centros de saúde, os médicos de família têm de ver as suas listas de utentes reduzidas para números comportáveis, que assegurem um trabalho de proximidade muito necessário.

Os médicos são a única classe da Administração Pública que ainda não viu serem repostas as 35 horas de trabalho semanal base, continuando a trabalhar 40 horas.

As medidas da troika relativamente às férias dos médicos também devem ser revertidas, mostrando um verdadeiro virar de página relativamente a esse período difícil vivido no país.

A FNAM também propõe algumas alterações nos escalões das categorias de assistente e de assistente graduado sénior, a garantia da passagem automática a assistente graduado para todos os médicos que obtêm o grau de consultor e a abertura de concursos nacionais para assistente graduado sénior.

A FNAM considera que estas medidas são fundamentais para fixar médicos no SNS, dignificando a carreira médica, valorizando o trabalho dos médicos e respeitando a conciliação da sua vida profissional, familiar e pessoal.

As negociações prosseguem hoje, dia 28 de novembro. É fundamental que o Governo oiça os médicos, de forma a levar estas negociações a bom porto, sem mais adiamentos nem demoras.

Consulte a proposta de renegociação da carreira médica da FNAM (PDF).

Fotografia do Hospital de Santarém

O Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS) reuniu, no dia 21 de setembro, com médicos do distrito de Santarém para debater a situação nos serviços de saúde e conhecer melhor os problemas que têm afetado as condições de trabalho dos médicos.

A reunião foi aberta a todos os médicos, fossem ou não sindicalizados. Participaram médicos de várias especialidades, nomeadamente do Hospital Distrital de Santarém (HDS) e Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), bem como vários dirigentes sindicais e um dos advogados do serviço jurídico do SMZS.

O HDS e o CHMT veem-se confrontados com uma grande carência de recursos humanos, levando a que os serviços de urgência sejam suportados por médicos de empresas prestadoras de serviços, em vez de médicos do quadro dos respetivos hospitais. Esta situação, para além de mais dispendiosa, não garante o melhor acompanhamento dos utentes, pois os médicos contratados através destas empresas não fazem o trabalho completo que um médico do quadro faz, nomeadamente em consulta, serviço de internamento, cirurgia.

A ausência de recursos conduz ainda ao não correto funcionamento de algumas especialidades, nomeadamente Ortopedia, Anestesiologia e Psiquiatria.

O SMZS participou também no 9.º Encontro das Comissões de Utentes do distrito de Santarém, que decorreu no dia 16 de outubro. No encontro, o SMZS constatou a difícil situação vivida pelos utentes do distrito e deu nota da situação vivida pelos médicos, afirmando que a melhoria das condições de trabalho dos profissionais de saúde é o caminho para a melhoria das condições para os utentes e também do próprio Serviço Nacional de Saúde.

Cartaz da reunião sobre a Lei de Saúde Mental

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) organiza uma reunião online sobre a Lei de Saúde Mental, aberta a todos os médicos, sejam ou não associados do SMZS.

A reunião decorrerá no dia 23 de novembro, quarta-feira, às 21h00, e poderá ser acedida através deste link da plataforma ZOOM: https://us06web.zoom.us/j/85947921938

Consulte também a análise da Federação Nacional dos Médicos (FNAM) à nova Lei de Saúde Mental.

Saúde mental

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) vem divulgar a análise sobre a nova Lei de Saúde Mental, que pode ser consultada, na íntegra.
 
A nova Lei de Saúde Mental foi aprovada pela Assembleia da República, na generalidade, em outubro de 2022, sem discussão pública e sem serem ouvidas associações profissionais e de utentes/familiares, o que levanta sérias questões tendo em conta o seu conteúdo.

Trata-se de uma Lei que envolve o direito fundamental à liberdade individual, e que condiciona esta liberdade ao acesso a cuidados de saúde mental que, no presente momento, não são equitativos, pelo sucessivo adiar do Plano Nacional de Saúde Mental.

Outras matérias importantes, dizem respeito ao Acordo Coletivo de Trabalho dos médicos e o desvirtuar da sua função, tempo, local de trabalho e cadeia hierárquica - matérias da exclusiva competência sindical.
 

No dia 23 de novembro, quarta-feira, às 21h00, a FNAM organiza uma reunião online sobre a Lei de Saúde Mental, aberta a todos os médicos, que pode ser acedida através deste link da plataforma ZOOM: https://us06web.zoom.us/j/85947921938

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