USF Genesis

O Diretor Executivo do ACES Loures-Odivelas promove um Plano de Contingência que não promove cuidados de isolamento à população.

Tendo tido conhecimento da incompreensível situação, promovida pelo Director Executivo do ACES Loures-Odivelas, o Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS) escreveu uma carta aberta a exigir responsabilidades.

Exmo Sr. Director Executivo do ACES Loures-Odivelas – Dr. António Alexandre:
C/C: Exmo. Sr. Presidente da ARS Lisboa e Vale do Tejo – Dr. Luís Pisco

Assunto: Plano de Contingência para COVID-19

O Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS), sindicato regional pertencente à Federação Nacional dos Médicos, teve conhecimento do Plano de Contingência COVID-19 apresentado aos seus profissionais.

Deste plano, no que ao Centro de Saúde de Póvoa de Santo Adrião e Olival de Basto respeita, realçamos o seguinte:

  • os cuidados assistenciais aos doentes com e sem médico de família, incluindo o atendimento complementar (AC) à doença aguda, passarão a funcionar no mesmo edifício da área dedicada ao coronavírus (ADC), estando apenas separadas por um piso;
  • o edifício comum tem fácil ligação entre os pisos, ou seja entre a ADC e a área dedicada aos cuidados assistenciais programados e AC, e a entrada autorizada para os utentes é comum;
  • os gabinetes médicos e de enfermagem não têm, na sua maioria, ligação telefónica para o exterior e está previsto o atendimento administrativo não presencial, em teletrabalho, para as consultas programadas e AC;
  • o edifício em causa não foi considerado apto quando inspecionado pela Saúde Pública, em Novembro de 2019, por não possuir água quente - esta situação mantém-se, bem como a rutura de canos com consequente bolor em algumas paredes;
  • a Junta de Freguesia da Póvoa de Santo Adrião/Olival Basto e a Câmara Municipal de Odivelas disponibilizaram duas tendas próximas à unidade mas a proposta foi recusada pela Direção Executiva do ACES - ora, mandam as recomendações que as ADC sejam instaladas em locais separados em espaço físico das instalações que prestam cuidados a outros utentes;
  • o Plano de Contingência não prevê a possibilidade das ADC não terem testes de SARS-Cov-2 suficientes e qual deve ser o procedimento a adotar neste caso;
  • o edifício comum que presta cuidados assistenciais, AC e ADC não possui equipamentos para exames complementares de diagnóstico, nomeadamente radiologia, o que vai invariavelmente manter a deslocação dos utentes ao hospital;
  • até dia 21.03.2020 não foi fornecido nenhum kit de EPI à USF Génesis, apenas existindo máscaras cirúrgicas e em número insuficiente.

O SMZS exige responsabilidade na tomada de decisões por parte do Sr. Diretor Executivo do ACES Loures-Odivelas, que está a colocar em risco a saúde da sua população bem como a dos seus profissionais. Exige a revisão do Plano de Contingência, em cumprimento das recomendações das entidades competentes em matéria de Saúde Pública.

Numa altura em que foi decretado o estado de emergência para garantir a segurança dos portugueses, torna-se incompreensível a incúria de certos administradores que levam a cabo uma gestão danosa para a saúde.

P'la Direção
O Presidente
Mário Jorge Neves

Médico com máscara

Nos últimos dias, alguns centros hospitalares estabeleceram, através de circulares, a indicação de manter profissionais de saúde, que estiveram em contacto próximo não protegido com doentes infetados por SARS-CoV-2, em trabalho regular com máscara cirúrgica, desde que assintomáticos.

As recentes orientações da Direção-Geral da Saúde, na linha, aliás, do que são as orientações internacionais, esclarecem que os médicos cujo contacto não protegido seja de alto risco de exposição devem permanecer em isolamento profilático, durante 14 dias, com restrição para o trabalho.

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) relembra que a proteção dos profissionais de saúde é uma questão de saúde pública, dado que os médicos são veículos fáceis de transmissão do SARS-CoV-2, pondo em causa a saúde dos próprios e da população. As falhas na quebra destas linhas de transmissão têm sido apontadas como uma das razões para o descontrolo da pandemia noutros países.

Neste momento, foram já impostas aos profissionais de saúde atitudes que contrariam a melhor prática. É incompreensível que decisões com este impacto na vida dos profissionais e de risco potencial para a população sejam assumidas por quem não tem autoridade para tal.

A Comissão Executiva da FNAM

21 de março de 2020

SAMS

O Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS) está atento aos problemas e preocupações dos médicos que trabalham nos SAMS e informa que irá reunir com o MAIS Sindicato, na próxima segunda-feira, dia 23 de março.

A direção do SMZS tem acompanhado a situação muito difícil de todos os trabalhadores, nomeadamente médicos, dos SAMS, que se agravou durante a atual epidemia de SARS-CoV-2.

Não deixaremos nunca de exigir garantias de que a proteção dos médicos, no exercício da sua atividade profissional, será sempre assegurada. Seja a proteção individual, protegendo médicos e doentes do risco de contágio, seja a proteção no direito ao trabalho.

O SMZS dará conhecimento do resultado da referida reunião aos seus sócios.

Lisboa, 20 de março de 2020

A direcção do SMZS

Mulher com máscara

Caros colegas:

Estamos a viver um momento difícil e todos nós somos necessários para tratar os nossos doentes.

No entanto, o médico tem o direito de prestar cuidados de saúde em segurança, tem o direito à sua saúde e tem a obrigação de defender a saúde dos doentes pelo que, para isto, necessita de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) adequados.

Neste sentido, o Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS), em defesa dos médicos, vem questionar quais são as carências de material sentidas.

Trata-se de um questionário totalmente ANÓNIMO, comprometendo-se o SMZS ao sigilo, que demora apenas 2 minutos.

Aceda ao inquérito aqui: https://pt.surveymonkey.com/r/BYMPHGP

© Sindicato dos Médicos da Zona Sul