Hospital do Litoral Alentejano

SMZS acompanha situação da Saúde no Litoral Alentejano

O Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS), representado por André Arraia Gomes, dirigente do sindicato e membro do Conselho Nacional da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), participou no debate «Serviço Nacional de Saúde no Concelho de Grândola», promovido pela Comissão de Utentes dos Serviços Públicos de Grândola, no dia 18 de fevereiro de 2023, em Grândola.

Desse debate, o SMZS destaca que 20% da população do concelho não tem médico de família e que, a partir das 22h, fica sem qualquer apoio médico (sem Serviço de Atendimento Permanente), tendo a população de deslocar-se, em média, 30 km até ao Hospital do Litoral Alentejano, sobrecarregando o seu serviço de urgência.

O Hospital apresenta enorme carência de médicos, o que se traduz nos tempos de espera para consulta, como, por exemplo, 500 dias para Otorrinolaringologia ou 400 dias para Ginecologia-Obstetrícia. Atualmente, o Hospital não possui internamento de Psiquiatria, nem consultas de Pediatria e apenas possui um único cardiologista. O SMZS apontou a dificuldade de fixação de médicos no Litoral Alentejano e que os incentivos dados pelo Governo são claramente insuficientes e de duração muito limitada (apenas 2 anos).

A escassez de médicos, especialmente no Hospital, está a conduzir a um crescimento progressivo do horário de fim-de-semana em Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC), num claro processo de indução de procura por este tipo de solução. O SIGIC atribui ao utente um vale-cirurgia que lhe permite realizar a sua cirurgia ao fim-de-semana, muitas vezes em instalações do SNS, mas numa forma de gestão praticamente privada. Trata-se de uma clara promiscuidade entre o serviço público e o privado, induzido pela escassez de recursos do público.

No dia 24 de fevereiro de 2023, decorreu uma reunião com médicos do Hospital do Litoral Alentejano. Nessa reunião informativa, aberta a todos os médicos, sindicalizados ou não, foram dadas a conhecer as principais propostas da FNAM, o ponto de situação das negociações com o Ministério da Saúde e os motivos que levaram à marcação de greve para os dias 8 e 9 de março de 2023.

A FNAM continuará o seu caminho na defesa do SNS, pois entende que é graças a este serviço público, que se quer universal, geral, gratuito e de qualidade, que é promovida a saúde e prevenida a doença da população do país.

© Sindicato dos Médicos da Zona Sul