Estetoscópio

FNAM espera que palavras de Ministro da Saúde se concretizem em ações

Na reunião negocial de 31 de março, discutiu-se, finalmente, a necessidade de revisão das grelhas salariais e de um regime de dedicação exclusiva, apesar de não ter sido apresentada nenhuma proposta formal. A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) está preparada para avançar com novas formas de luta caso as propostas não se materializem rapidamente, na próxima reunião negocial, a 24 de abril.

Após meses de negociações, é assinalável que o Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, após a greve médica de 8 e 9 de março, tenha estado presente e considerado incontornável a valorização do trabalho médico e se tenha mostrado disponível para negociar os princípios do regime de dedicação exclusiva, opcional e majorada, defendida pela FNAM.

No entanto, as palavras são como as cantigas, leva-as o vento, e, por isso, é fundamental que se concretizem em propostas e ações concretas, de forma a garantir condições de trabalho que permitam a fixação dos médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Caso contrário, a FNAM estará disposta a avançar com novas formas de luta, a começar pela recusa dos médicos em realizarem mais do que as 150 horas extraordinárias obrigatórias, que terá impacto nos serviços. Além disso, para a FNAM, a greve está sempre em cima da mesa caso as negociações não avancem para bom porto.

A FNAM deixou claro que não aceitará nenhum acordo que prejudique ainda mais as condições de trabalho. A FNAM recusa determinantemente qualquer proposta que obrigue os médicos a realizarem jornadas diárias de trabalho de 12 ou mais horas, e que não valorize e compense devidamente o trabalho em serviço de urgência ou equiparado pelo seu elevado risco e penosidade.

Por fim, a FNAM pediu que fossem enviadas as propostas relativas à parametrização da complexidade das listas de utentes para os médicos de família e que o Ministério da Saúde não adiasse mais a publicação da portaria que fixa o suplemento remuneratório para médicos de Saúde Pública que exercem autoridade de saúde em regime de disponibilidade permanente.

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