Agressão

SMZS repudia agressão a médica no ACES Almada-Seixal e exige ao Governo medidas urgentes

O Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS) tomou conhecimento da agressão sofrida por uma médica de um Centro de Saúde do ACES Almada-Seixal. O SMZS vem manifestar o seu apoio e solidariedade com a colega agredida.

 

O episódio decorreu no dia 23 de manhã, enquanto a médica estava à porta da unidade a desempenhar funções de triagem, tendo sido violentamente agredida após comunicar à utente que teria consulta no dia seguinte com o seu médico assistente.

Lembramos que este não é um caso isolado. A falta de condições de segurança nos locais de trabalho não constitui uma excepção, mas antes a regra, que se veio acentuar de forma acelerada face ao actual contexto pandémico.

A tutela, ao obrigar os Médicos de Família a desempenhar múltiplas funções, como sejam a triagem à porta dos centros de saúde, escalas de atendimento a doentes com sintomas respiratórios (ADR), Trace-covid, determinações para acompanhamento de utentes com Covid-19 nos lares de idosos, entre toda a carga burocrática que sobrecarrega os Médicos de Família, está a contribuir para uma diminuição da acessibilidade dos utentes aos seus médicos, gerando situações iminentemente explosivas de revolta por parte dos utentes, com potencial para uma escalada de agressões como a que se verificou em Almada.

A violência e a coação sobre médicos no exercício da profissão têm vindo a crescer ano após ano. Para o SMZS, estes acontecimentos não são alheios à forma como os representantes do poder executivo têm vindo a público tratar os médicos, tentando desprestigiá-los com acusações que criam um caldo de cultivo propício a situações de conflito. O Governo nada tem feito para garantir as condições de trabalho e a segurança dos seus profissionais nem para melhorar o atendimento aos utentes através do reforço de meios, insistindo numa política de desinvestimento que leva a insuficiente oferta de cuidados e até ao encerramento de alguns serviços.

O SMZS responsabiliza o Governo por esta tendência crescente de violência contra os médicos e reitera a necessidade urgente de adopção de medidas que garantam a sua segurança no exercício das suas funções, as quais, conforme bem se demonstra com este lamentável episódio, acarretam risco e penosidade acrescida.

© Sindicato dos Médicos da Zona Sul