Delegação portuguesa na Assembleia Geral da FEMS

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) participou na Assembleia Geral (AG) da Federação Europeia de Médicos Assalariados (FEMS), que teve lugar em Palma de Maiorca, entre os dias 4 e 6 de maio. Em representação de Portugal, estiveram também delegados do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e da Ordem dos Médicos (OM).

A AG proporcionou uma partilha das atuais condições de trabalho dos médicos nos diferentes países europeus. Daqui sobressai que os médicos portugueses têm dos salários mais baixos da Europa, sendo os piores classificados quando se compara em termos de paridade de poder de compra. Consulte aqui os documentos desta assembleia, incluíndo o relatório sobre a situação em Portugal.

A FEMS está a fazer um levantamento das condições de trabalho dos médicos em diferentes vertentes. O objetivo é criar um retrato europeu e propor soluções para melhorar essas condições. A FEMS está também a trabalhar em recomendações para prevenir o burnout dos médicos.

Médico sentado a escrever

Carlos Cortes, Joana Bordalo e Sá e Carla Silva

A convite do recém-eleito Bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, a Comissão Executiva da Federação Nacional dos Médicos, representada pela sua presidente, Joana Bordalo e Sá, e por Carla Silva, esteve presente para uma reunião entre ambas as organizações, em Coimbra.

Corredor de hospital vazio e desfocado

O anúncio da abertura 1.500 vagas para médicos hospitalares é uma verdadeira manobra de propaganda de um Ministro da Saúde esgotado. Além disso, a forma de contratação anunciada não é clara e carece de negociação com os sindicatos. A FNAM considera que os concursos devem ser devidamente preparados e que sem valorização das grelhas salariais não será possível atrair os médicos para o SNS.

À primeira vista, 1.500 novos médicos nos hospitais pode parecer uma medida positiva, mas esbarra com um problema: a realidade da desvalorização do trabalho médico e da falta de condições no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Não é possível preencher estas vagas sem garantir uma valorização transversal das grelhas salariais.

Na apresentação da medida, o próprio Diretor Executivo do SNS confessou nem sequer ambicionar preencher metade das vagas, mas apenas «600 ou 700», sendo «seguramente um sucesso». Na mesma linha, o Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, depois de anunciar um concurso para 200 médicos de família, garantiu que seriam, afinal, 900 vagas, para, no fim, admitir que seria um «sucesso» contratar apenas 250.

Para a Federação Nacional dos Médicos, é fundamental que a planificação de concursos seja séria e competente, considerando os locais com carências, através de processos transparentes e devidamente escrutinados. Em vez disso, a tutela parece optar por formas de contratação em processos opacos não negociados com os sindicatos médicos.

É urgente que o Ministro da Saúde tenha visão política da situação e que apresente a sua proposta de valorização das grelhas salariais, para as negociações poderem prosseguir. Os médicos e o SNS não podem continuar à espera.

© Sindicato dos Médicos da Zona Sul