Minutas de requerimento para efeitos de efetivação das progressões remuneratórias obrigatórias (artigo 18.º da Lei do Orçamento do Estado para 2018) para os médicos (áreas de MGF e Hospitalar) cujo desempenho profissional não foi avaliado durante todo o período compreendido entre 2004 e 2017.

Cama de hospital

Todos os anos há gripe. Todos os anos há frio. Todos os anos há um excesso de mortos e de internamentos, de recurso a urgências e de falta de camas. Foi a gripe, dizem. E a gripe, de ano a ano, vai incorporando as culpas suas e alheias.

Sendo que a gripe é um factor de descompensação de muita doença crónica, também é certo que é das doenças que podem ser antecipadas no tempo, prevenidas e minoradas nos seus efeitos. O frio também pode ser minorado. O problema do frio, e espera-se que venha frio em todos os invernos, é semelhante ao do calor no Verão. População envelhecida e pobre, sem dinheiro suficiente para se aquecer, muitas vezes sem cuidador com disponibilidade suficiente. Mais que de gripe, morremos mais no Inverno e nos picos de calor por falta de apoio social, prevenção, e inventário da população em risco.

Continuaremos a morrer de pneumonia pós gripe. Nem tudo pode ser evitado. Mas um país que funciona não pode esconder responsabilidades atrás de eventos previsíveis.

Também a falta de camas não é sazonal. Agrava sazonalmente, mas é facto que, durante todo o ano, há macas nas urgências e nos corredores, por falta de camas para deitar doentes em condições de humanização e segurança.

Que o próximo Inverno não tenha de novo a gripe de todas as desculpas.

E que o próximo Verão não tenha o calor como justificação para toda a inoperância do sistema.

Minutas para pedir a atribuição de incentivos:

A FNAM tem reiteradamente afirmado a sua perplexidade sobre a inépcia, a inércia e a incompetência na implementação de novas Unidades de Saúde Familiar (USF).

A implementação de novas Unidades de Saúde Familiar representaria uma postura política de dignificação e de respeito pelos utentes e pelos profissionais, atentos à promoção da equidade e justiça no acesso aos cuidados de saúde.

As USF representam, nos cuidados primários, a dignificação do Serviço Nacional de Saúde. V.ª Ex.ª, no seu programa de governo. comprometeu-se com a reforma dos cuidados primários, incluindo a implementação de 100 USF nesta legislatura.

A nossa dúvida e incompreensão está relacionada com os números que V.ª Ex.ª anunciou ontem, na Assembleia da República. De facto, as informações de que dispomos referem-nos um total de cinco USF em 2017, número que o senhor Ministro da Saúde hoje confirmou. Assim sendo, permita-nos que lhe perguntemos onde está o Wally, senhor Primeiro-ministro. Onde estão as USF que faltam?

© Sindicato dos Médicos da Zona Sul