O Sindicato dos Médicos da Zona Sul tomou conhecimento desta carta, que subscrevemos e divulgamos:
Exmo. Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte, Dr. Carlos Martins
Exma. Directora Clínica do Centro Hospitalar Lisboa Norte, Dra. Margarida Lucas
Com conhecimento do Bastonário da Ordem dos Médicos, Dr. Miguel Guimarães
Com conhecimento do Sindicato Independente dos Médicos
Com conhecimento do Sindicato dos Médicos da Zona Sul
Considerando:
O Centro Hospitalar Lisboa Norte tem um acréscimo de doentes internados, por excesso de procura, muitas vezes em macas nos corredores dos Serviços de Internamento, que chegam a ter um aumento de quase 50% em relação à capacidade real, não havendo nem condições técnicas, nem de humanização, com riscos acrescidos de quedas, infecção, dificuldade de monitorização de doentes graves. Acresce a este problema défice de Unidades Intermédias e muitas vezes falta de vagas em Cuidados Intensivos. Trabalhamos em condições más para os doentes, más para os recursos humanos, que não foram aumentados proporcionalmente, sequer por vezes reposto o número dos que se reformam, ou saem por falta de vagas abertas ou por vontade própria.
Neste momento os médicos são confrontados com um problema inusitado na maioria dos hospitais portugueses, que é a falta de técnicos para colheita de sangues dos doentes internados. Essa tarefa, na maioria dos Serviços, não é assumida pelos enfermeiros, o que percebemos, e não é resolvido pela Administração, esperando esta que os médicos, já insuficientes para actividade assistencial acrescida nas enfermarias, consultas, técnicas, ensino, triagens, urgências, normais e extras, ainda colham todos os sangues dos doentes internados, função que não é dos médicos. Além do número de horas totais perdidas, é algo que não está definido claramente pela Administração.