Hospital de Cascais

O Governo anunciou na passada quinta-feira, embora já tivesse feito a respectiva publicação em DR de 16/8/2017 ( Despacho n.º 7941-A/2018), a realização de novo concurso para a gestão, na base de uma PPP, no Hospital de Cascais.

A decisão tomada e publicada nesse diploma assenta nos seguintes pressupostos:

a) a decisão de não renovação do Contrato de Gestão relativamente à Entidade Gestora do Estabelecimento pelo prazo sucessivo de 10 anos, acompanhada da comunicação do lançamento de procedimento concursal tendente à celebração de nova parceria para a vertente clínica do Hospital de Cascais; e b) a decisão de renovação do Contrato com a Entidade Gestora do Estabelecimento do Hospital de Cascais, caso o Contrato de Gestão resultante do novo procedimento concursal de lançamento de nova parceria para a vertente clínica do Hospital de Cascais não se encontre a produzir efeitos até 31 de dezembro de 2018, data de extinção, por caducidade, do atual Contrato de Gestão com a Entidade Gestora do Estabelecimento, e apenas durante o tempo necessário para que o novo Contrato de Gestão produza efeitos, e, em qualquer caso, por um período não superior a 24 (vinte e quatro) meses, sujeita a expressão de aceitação por parte da Entidade Gestora do Estabelecimento.

Apesar de considerarmos positivo que o presente contrato deixe de ser renovado pelo prazo sucessivo de 10 anos, entendemos que não existe qualquer evidência de desempenho assistencial acrescido nos planos qualitativos e quantitativos ou de maior racionalidade gestionária que justifique um novo concurso PPP para o Hospital de Cascais.

O Ministro da Saúde admitiu que o novo concurso deverá ser mais exigente e responder às necessidades das populações, nomeadamente nas áreas da saúde mental, oncológica e VIH/Sida. Recorde-se que o Hospital de Cascais não possui valências de Oncologia e Infecciologia, sendo esta última assegurada ao abrigo de um protocolo celebrado a posteriori.

O Ministro da Saúde, Dr. Adalberto Campos Fernandes, admitiu que se os futuros concorrentes não respeitarem o novo caderno de encargos, o Governo está preparado para avançar com o processo de reversão desta unidade hospitalar para o Serviço Nacional de Saúde. 

Não tendo sido observada qualquer vantagem deste modelo em termos da qualidade e acessibilidade aos cuidados de saúde, e no respeito pelo seu programa de ação, o Sindicato dos Médicos da Zona Sul lamenta a renovação, na prática, desta parceria público-privada.

Assim, apelamos a que seja adotada a medida de reinserção plena desta unidade hospitalar no SNS e na gestão pública.

Os dinheiros públicos não podem continuar a financiar entidades privadas!

 

A Direcção do SMZS
Lisboa, 26 de Agosto de 2018

Hospital Amadora-Sintra

O Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS) vem manifestar a sua solidariedade com os médicos chefes de equipa de obstetrícia demissionários do Hospital Prof. Fernando da Fonseca, EPE (Amadora-Sintra).

O SMZS já tinha exigido, no dia 1 de Agosto, a rápida resolução da recomposição das equipas de obstetrícia do Hospital Fernando da Fonseca, de forma a cumprir as normas do colégio da Ordem dos Médicos e para garantir os cuidados da população abrangida pelo hospital.

Mais uma vez, a responsabilidade por esta situação recai sobre o Ministério da Saúde, a par do Conselho de Administração do Hospital, que continua a demonstrar a sua incompetência na gestão dos recursos humanos do Serviço Nacional de Saúde.

A Direcção do SMZS

Lisboa, 18 de Agosto de 2018

Hospital Santa Maria

O atual, e muito contestado, diretor do Serviço de Otorrinolaringologia (ORL) do Hospital de Santa Maria prepara-se para um novo corte no funcionamento de Serviços Públicos de Saúde.

Depois de ter suspendido o programa de implantes cocleares, o diretor quer agora, alegando falta de pessoal, cortar o número de médicos nos turnos de Urgência e mesmo, pura e simplesmente, eliminar tempos de prestação de cuidados de saúde de Urgência ORL no maior hospital do País. 

Para os períodos em que as equipas de Urgência terão menos elementos, o referido diretor pretende que o Conselho de Administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte aprove um conjunto de restrições de acesso que têm por finalidade, na prática, impedir o acesso dos utentes a cuidados de saúde urgentes na Especialidade no Hospital de Santa Maria. 

A serem implementadas tais restrições, só um número muito pequeno de doentes que ocorrem ao Serviço de Urgência do maior hospital do País terão assistência imediata de ORL. As Urgências Geral e de Pediatria do Hospital de Santa Maria ficam sem o apoio da ORL que até aqui têm tido. E a Unidade de Trauma da Urgência do Hospital fica simplesmente amputada, passando-se, na prática, a responsabilidade de funcionamento de uma verdadeira Urgência Externa de ORL na área da Grande Lisboa para o Hospital de S. José, já em saturação. 

Tudo isto levará a que um número crescente de cidadãos, que com os seus impostos pagam o Serviço Nacional de Saúde, tenham de recorrer a unidades de saúde privadas para terem cuidados de ORL de urgência.  

A isto junta-se o facto das equipas médico-cirúrgicas que ficarão escaladas para o Serviço de Urgência estarem de tal modo desfalcadas que a sua ação fica muito limitada na capacidade de resposta, o que coloca um sério risco de Saúde Pública não só para os doentes como para os próprios médicos. 

Se ocorrer uma emergência de ORL em todo o hospital no momento em que uma equipa de dois elementos (um médico Especialista e um médico Interno) estiver ocupada no Bloco operatório (e certas cirurgias podem durar horas), é humanamente impossível dar resposta. Os médicos Especialistas, que são chefes de equipa, estão a entregar já cartas de não assumpção de responsabilidades para a sua atividade na Urgência tendo em conta as condições degradadas em que irão ser obrigados a trabalhar.      

O Sindicato dos Médicos da Zona Sul vem assim denunciar publicamente mais um ato que degrada o acesso e a prestação de cuidados assistenciais no SNS, mais uma vez tomado por um conjunto de decisores estrategicamente colocados na sua gestão, que têm simultaneamente interesses em grupos privados de saúde.

sep 19012018 fernando fonseca

A Direcção do Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS/FNAM) exige a rápida resolução da recomposição das equipas de Obstetrícia do Hospital Fernando da Fonseca (três especialistas e dois internos), conforme estabelecem as normas do colégio da Ordem dos Médicos e para superar a diminuição da qualidade assistencial prestada nesse hospital à população da Amadora e Sintra.

Responsabiliza-se, mais uma vez, o Ministério da Saúde – e neste caso também o Conselho de Administração do Hospital Fernando da Fonseca – pela incompetência na gestão de recursos humanos que se tem tornado usual, não contratando atempadamente os médicos necessários para as maternidades públicas do país

© Sindicato dos Médicos da Zona Sul