Hospital Amadora-Sintra

O Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS) manifesta a sua solidariedade com o diretor da Urgência Geral do Hospital Prof. Dr. Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra), dispensado pelo Conselho de Administração depois de ter denunciado as difíceis condições de trabalho neste serviço, e à sua equipa que fica agora incompreensivelmente desfalcada.

Os seus colegas do Serviço de Urgência Geral apresentaram uma carta de solidariedade ao Conselho de Administração, onde manifestam a sua incompreensão pela situação, louvando o trabalho do colega agora dispensado.

A carta relata também a grave carência de médicos no serviço e a enorme afluência de doentes nos primeiros dias do ano, considerando que a ausência do médico dispensado irá, além de desfalcar ainda mais o serviço, ser de difícil substituição.

Os médicos do serviço também denunciam um momento de extrema preocupação e desmotivação de toda a equipa, apelando ao Conselho de Administração que reconsidere a sua decisão, pelo bem do cuidado aos doentes, bem como pelo bom desempenho dos profissionais.

Para o SMZS, é urgente que esta decisão seja revertida e que o Conselho de Administração esteja disponível para ouvir os médicos e profissionais do seu hospital.

Delegação da FNAM na reunião negocial

O Ministério da Saúde tem realizado uma negociação em câmara lenta. Para a Federação Nacional dos Médicos (FNAM), as negociações têm de obrigatoriamente avançar em alta velocidade.

Na primeira reunião de 2023, no dia 9 de janeiro, face à falta de propostas da tutela, a FNAM exigiu que fossem apresentadas medidas concretas para reverter a degradação do Serviço Nacional de Saúde e das condições de trabalho dos médicos. Sem conhecer ao certo as intenções do Governo, esta negociação ameaça ser uma travessia no deserto. O Ministério da Saúde comprometeu-se a apresentar propostas esta semana.

Os representantes do Governo têm feito anúncios vagos sobre um regime de «dedicação plena», que é desconhecido pelos sindicatos, prometendo uma valorização salarial em funções da produção e do desempenho. Para a FNAM, neste momento, é fundamental aumentar o salário base para todos os médicos, independentemente do seu regime de trabalho (35, 40 ou 42 horas semanais), considerando a enorme desvalorização sentida pelos médicos.

Em resposta à falta de propostas concretas da tutela, a FNAM tem sido clara na sua proposta de dedicação exclusiva: que seja opcional e majorada, sem deixar nenhum médico, que queira trabalhar exclusivamente no SNS, de fora.

Igualmente, em resposta aos anúncios sem concretização de 28 novas Unidades de Saúde Familiar de modelo B (USF-B), a FNAM propõe a generalização das USF-B, garantindo cuidados de saúde primários de qualidade a todos os utentes.

Relativamente ao encerramento de serviços de urgência, a FNAM esclareceu a Direção Executiva do SNS que não pode tomar deliberações que impliquem alterações laborais aos médicos sem consultar e discutir com os sindicatos médicos, que se encontram disponíveis para encontrar soluções para garantir os cuidados de saúde aos doentes e utentes.

Exatamente quatro meses desde a tomada de posse da atual equipa ministerial, não se vislumbra a energia necessária para tomar medidas fundamentais que revertam a degradação do SNS e das condições de trabalho dos médicos. Pelo contrário, a FNAM observa apenas a criação de uma Direção Executiva que simplesmente encerra maternidades e serviços de urgência, à revelia das necessidades dos utentes e doentes, deixando-os sem cuidados de saúde de proximidade.

Excerto de capa do Diário de Notícias

A presidente da FNAM, Joana Bordalo e Sá, foi entrevistada no Diário de Notícias, sobre as negociações em curso com o Ministério da Saúde, a situação dos médicos e do Serviço Nacional de Saúde e o encerramento de serviços.

Bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, e Tânia Russo, da Federação Nacional dos Médicos, em visita ao Hospital Fernando Fonseca

Na visita do Bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, ao Hospital Prof. Dr. Fernando Fonseca (HFF), no dia 4 de janeiro, a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) esteve representada por Tânia Russo, médica pediatra neste hospital, também dirigente do Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS).

A visita passou pelos serviços de Urgência Geral, Urgência de Ginecologia e Obstetrícia, Urgência de Pediatria e pelo Serviço de Anestesiologia. São serviços particularmente afetados pela falta de médicos e de profissionais de saúde, num hospital que procura garantir os cuidados de saúde do 2.º e 4.º concelhos mais populosos do país, Sintra e Amadora, onde mais de um terço (quase 180 mil) dos utentes não têm médico de família.

© Sindicato dos Médicos da Zona Sul